segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Prefácio no livro A Realidade de Madhu

Por: André de Pierre, escritor e pesquisador.

Fonte: http://andredepierre.com.br/index.php/2014/10/13/prefacio-no-livro-a-realidade-de-madhu/#more-145



Prefácio
A sabedoria deste trabalho, como um instrumento de aplicar colírio, tem aberto os olhos do mundo inquisitivo cegado pela escuridão da ignorância. Como o sol dissipa a escuridão…” Mahabharata – Livro 1 – Adi Parva
O que é real? O que é sonho? A autora Melissa Tobias presenteia a literatura brasileira com uma obra em que a realidade não pode ser explicada por um conceito universal, pois cada pessoa é única e vive uma experiência ímpar, sendo o sonho parte dessa existência. O desejo individual reprimido extravasa nas mentes cheias de imperfeições e angústias.
O consciente existe e faz suas escolhas, e a capacidade da criação da mente é infinita – essa é a causa que faz girar a roda desse brilhante livro. O espaço ao qual nomeamos como real, aquele que vivenciamos a cada dia, pode ser resumido em uma única frase: o universo é infinito de universos finitos.
O livro A Realidade de Madhu nos encaminha por uma jornada que somente a ficção científica pode conduzir as mentes sedentas por sabedoria. Felizmente os novos autores brasileiros começam a se aventurar por esse estilo ainda pouco divulgado na nossa literatura.
A ficção científica tem o dom da profecia, e os autores mais famosos do gênero inspiraram pesquisadores de diversas academias em inventos e teorias variadas. Por isso, eles têm em mãos um instrumento magnífico de criação, expandindo suas mentes por multiuniversos.
Como pesquisador e escritor, vejo nessa composição uma forma inteligente de enxergar o estudo sobre vida extraterrestre e algumas respostas às perguntas que assolam todos os homens e mulheres que passaram pelo planeta Terra: de onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos?
Também é possível observar nessa obra uma resposta lúcida ao Paradoxo de Fermi: “se a probabilidade da existência de vida extraterrestre inteligente é tão grande por que não há suficientes evidências de sua existência?”. Como explicado na resposta mais famosa a esse Paradoxo, a Hipótese do Zoológico, de John A. Ball, há uma política relativamente universal, jurídica e cultural entre a pluralidade de civilizações extraterrestres que exige o isolamento das civilizações em planetas com menor estágio de desenvolvimento, sendo assim, as civilizações partem de um único ponto, evoluindo em semelhantes padrões culturais, e quando divergem são corrigidas ou aniquiladas por aqueles que estariam a frente de todos, e quem seriam estes? Estes seriam os inventores da primeira civilização ou criadores, aqueles que contaminam todo o universo com uma “coisa estranha” chamada Vida.
Os escritores podem não ter a prática dos grandes construtores, mas com certeza possuem a força inefável da retórica. O dom da criação infinita que assume um papel preponderante no pensamento humano através da pena ágil, crítica e aguçada, dádiva essa concedida à escritora Melissa Tobias, que nos oferta um texto sábio, fluído e divertido, impossível de abandonar antes que se leia a última palavra!
 André de Pierre



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